Não quero uma vida de  “liberdade libertina” de “embriaguez, orgias e drogas”.
A minha grande revolução pessoal veio agora, eu era muito cristão daquela tendência protestante... De crer em salvação, e toda aquela velha historinha que nos ensinam quando somos crianças...
     Tinha muito medo com aquela coisa do arrebatamento a qualquer momento e eu sempre me sentia sujo, impuro, desgraçado... Acreditava que Deus era imutável, pacifista e as causas de todas aquelas guerras do velho testamento era uma forma de defesa. Mais a ficha cai uma hora ou outra.Percebi que Deus nada mais é do que crenças pessoais, e geralmente interesses e domínio dos mais fortes aos mais fracos.
Minha fé abalada por toda a merda da existência me levou ao desespero e turbulência da crença e descrença.
     Hoje não tenho fé alguma, considero as religiões como mitologia, e aqueles que acreditam é só mais uma forma de buscar algum sentido para a vida... Não discuto mais, nem crio conflitos com amigos e familiares intolerantes. Aceitem ou não, eu não vou mudar nem vou acreditar em conceitos ou dogmas criados a partir de pensamentos utópicos, visões ou seja lá o que for.
     Não preciso de todas as respostas do mundo, tenho uma vida, estou aqui e farei valer minha existência, afinal essa é a ultima coisa que eu posso fazer.
Contemplo a natureza e a vida como algo incrível... a morte é o fim da minha existência. Não me sinto superior de forma alguma, não quero salvação, nem vida eterna e sinceramente posso sentir uma ponta de pena daqueles que dizem coisas do tipo “Sem Deus eu não sou ninguém”, “Sem Deus eu não sei viver”, “Sem Deus eu não sou nada!”, “Sem Deus minha vida não tem sentido!”. Porque isso revela um tanto de pequenez, submissão humilhante e autoestima deficiente viciada na religião. Há no planeta centenas de milhões de pessoas – talvez passem do bilhão – que, a despeito da crença auto-humilhante e negacionista de tantos crentes, são algo/alguém, sabem viver e têm uma vida provida de sentido sem uma entidade superior que chamem de Deus, sem culpar forças espirituais pela sua falta de sucesso, sem pedir ajuda a nada para ser uma pessoa melhor e amar ao próximo a troco de nada, nem de céu, nem coroas, nem dádivas... e viver em harmonia e um dia poder descansar.

capítulo 12

Tanta gente que eu me canso, tanta pequenez, críticas sem fundamento, mesquinharia, julgamento alheio...
as pessoas me cançam nas suas necessidades de se auto afirmar.
Essa necessidade de ter a casa linda, o carro e um emprego de sucesso, uma família, casamento e um monte de sonhos banais.
Eu prefiro estar sozinho, muitos nem ligam e buscam sentido para essa merda mas eu ja cancei a tempos de toda essa falácia, esse jogo de mentiras, inveja, tanta gente frustrada que tenta se socializar porque são facos e pobres de alma mas cheios de dinheiro.
Ando cansado dessas doutrinas de céu e inferno, dessas mentiras de merda que enfiaram em nossas cabeças que pensam que pensa. Essas pessoas se multiplicam como pragas e isso me causa repúdio, cada um olhando para seu nariz,seu cabelo sua roupa, seu próprio mundo... não há mais esperança e isso é triste.
eu ja cansei dessa porra sou chato e não fasso questão de conhecer ninguém, nem preciso de semi-conhecidos que além da falta de assuntos somos  obrigados a dizer um "oi", cumprimentar e até puxar algum assunto clichê. Estão chegando os dias em que sair não é mais tão legal assim e quando saio logo me arrependo... na verdade acho que cancei e ficar no meu canto me parece o melhor lugar agora.

Ouro de Tolo - Raul Seixas

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês...
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73...
Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado
Fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa...
Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa...
Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado...
Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado...
Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos...
Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco...
É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...
Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...

O amanuense Belmiro



(...)Lembra-me quão penoso foi o encontro com o passado . Lembra-me o dia em que só, na varanda da velha fazenda, numa hora por si mesma de intensa melancolia - a hora rural do pôr-do-sol -, fiquei a percorrer, com um vago olhar, as colinas e os vales que se desdobravam até o azul longínquo da serra, limite do meu mundo antigo.
     Na verdade, os olhos apenas refletiam imagens, logo as devolvendo para o exterior, porque algo impedia uma comunicação entre o mundo de fora e o meu mundo de dentro, rico de uma paisagem mais numerosa, que só possuía, em comum com aquele, os esfumados traços de coisas que vão se extinguindo, ao morrer da luz, e um sinal de sofrimento ou de tristeza, que, em certas oportunidades, nos parecem estar no fundo e na forma de cada coisa, em vez de se localizarem em nós mesmos.
     Em vão busquei nas linhas, cores e aromas de cada objeto ou de cada perspectiva, que se apresentavam aos meus olhos, as linhas, cores e aromas de outros dias, já longínquos e mortos.
     Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo que já morreu e que, ai de nós, se nos tornou interdito, desde que deixou de existir, como presente, e se arremessou para trás. Vila Caraíbas, a montanha, o rio, o buritizal, a fazenda, a gameleira solitária no monte - que viviam em mim, iluminados por um sol festivo de 1910, ou apenas esboçados por um luar inesquecível que caiu sobre as coisas, naquela noite de 1907 - ali já não estavam. Onde pretendi encontrar a alma das épocas idas, não encontrei senão pobres espectros. A namorada, a lagoa.
     (...)
     O que a meus olhos surgiu foi a sombra miserável de um tempo que morreu. O sertão estraga as mulheres e a pobreza as consome. Mas, devastação maior lhes causa porventura a nossa imprudência, querendo cotejar com a realidade as invenções de uma desenfreada fantasia. A lagoa se foi drenada e convertida em pasto. Como se pode suprimir a lagoa? Como se pode cortar uma árvore? É como se destruíssemos um ser humano, vivo, fremente.
     (...)
     Percebi que vago delírio se apossara de mim, envolvendo-me naquela onde de saudade e naquele desejo de encontrar uma forma de morte, que é procurar as sombras de um mundo que se perdeu na noite do tempo .
     (...) As coisas não estão no espaço, leitor; as coisas estão no tempo. Há nelas ilusória permanência de forma, que esconde uma desagregação constante, ainda que infinitesimal. Mas não me refiro à perda da matéria, no domínio físico, e quero apenas dizer-lhe que, assim como a matéria se esvai, algo se desprende da coisa, a cada instante: é o espírito cotidiano, que lhe configura a imagem no tempo, pois lhe foge, cada dia,  para dar lugar a um novo espírito que dela emerge. Esse espírito, sutil representa a coisa, no momento preciso em que com ela nos comunicamos. Em vão o procuramos depois: só veremos outro, que nos é estranho.
     Na verdade, as coisas estão é no tempo, e o tempo está é dentro de nós. A essência das coisas, em certa manhã de abril, no ano de 1910, ou em determinada noite primaveril, doce, inesquecível noite, fugiu nas asas do tempo e só devemos buscá-las na duração do nosso espírito. 

Tempo... capítulo 12

"besta velha
falso, até nunca!
Ciao, ciao, ciao
Falso como tu
Só merece pau.
É tolice me percurar
porque ja estou
longe.
Sim, besta!"




Historia, sim historia. No instante afundar-me no passado me parece uma fulga, uma busca pela compreenção/compensação. 
O tempo passa rápido e me vejo escravo dele, todos nós somos escravos do tempo e o presente é...é tão vazio agora.

(Indo embora os momentos que formam um dia monótono
Você desperdiça e perde as horas de uma maneira descontrolada
Perambulando num pedaço de terra na sua cidade natal
Esperando alguém ou algo que venha mostrar-lhe o caminho)



Time 


Ticking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an off hand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way


Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain
You are young and life is long and there is time to kill today
And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun


And you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in a relative way, but you're older
Shorter of breath and one day closer to death


Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on in quiet desperation is the English way
The time is gone the song is over, thought I'd something more to say


Home, home again
I like to be here when I can
When I come home cold and tired
It's good to warm my bones beside the fire
Far away across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells


 Não há nada para surpreender-se, 
o vazio, a faLta de sentido e a moléstia é o que resta nos dias de hoje e eu vou tantar passar em historia ( embora eu não esteja estudando, nem fazendo nada ou o necessário para passar no vest.) porque hoje em dia nada me interessa. 
o mundo caminha para uma destrUição, as pessoas se matam na monotonia da existência e o tempo passa e como passa. Como acreditar que realmente temos uma razão para viver? Se a vida é um experimento fraCassado, ou seja, a morte é a saida fatalmente temida.
Minha imagem de uma vida de nada, vivendo por nAda desprovida de sentido, morrer como viveu e um cérebro iludido como a alma do "homem animal do rebanho Santo".

-Eu estou procurando viver sem nenhuma pretensão estilosa do tipo “é legal ser diferente”.
 Porra nenhuma. 
O que eu penso é que simplesmente “ninguém precisa ser igual”.
 Cada pessoa devia andar por aí orando/rezando pela própria Bíblia, ou seja, fazendo suas próprias leis e fazendo uso de seus livres atos assumindo suas consequências.
 Mas não é o que tem acontecido. Numa sociedade onde qualquer babaca quer virar celebridade, a figura do “ninguém” sempre me pareceu o melhor modelo de vida.- 


(Cansado de deitar-se na luz do sol, ficar em casa observando a chuva
Você é jovem e a vida é longa e há tempo para matar hoje
E depois, um dia você descobrirá que dez anos ficaram para trás
Ninguém te disse quando correr, você perdeu o tiro de partida)

Fantasmas ocultos das forças da vida tentam me trazer de novo à tona buscando meios de colocar-me de volta a mesmisse do cotidiano. A dias me via em estado de entrega.
Me jogando na bebida, no cigarro, na boemia, em literatura e estudos vagos... mais cancei, renunciar os rumos da inteligência e viver simplesmente ocupando o tempo...

(E você corre e corre para alcançar o sol mas ele está se pondo
E girando ao redor da Terra para nascer atrás de você outra vez
O sol é o mesmo de uma forma relativa, mas você está mais velho
Com pouco fôlego e um dia mais próximo da morte)


"Onde houver claridade, converta-se em luz fraca de crepúsculo, para que as coisas se tornem indefinidas e possamos gerar nossos fantasmas. Seria uma fórmula para 
nos conciliarmos com o mundo." - eis um pensamento letrado.De tanto pensar me vejo perdido em delírios que se apossaram de mim, que me envolve num sentimento de saudade de tempos passados 
que eu não vivi misturado a um imenso desejo de morte ou a dolorosa liberdade de um mundo que a muito se perdeu na sombra do tempo.

(Cada ano está ficando mais curto, você parece nunca ter tempo.
Planos que dão em nada ou em meia página de linhas rabiscadas
Aguentando em desespero quieto é o jeito inglês
O tempo se foi, a canção terminou, pensei que tivesse algo mais a dizer)

Os anos são sempre os mesmos, não há nada a se esperar além de uma vida resumida a dias mediocres cercado de pessoas por todos os lados sem rumo ou destino, vivo perdido na imensidão dessa existência fria e vulgar.


-O rosto que esconde, o coração que omite, mãos que não tocam e olhos que revelam mais do que deveriam, sou eu.
 Alma aprisionada à vulgaridade da existência humana. Um messias de porra nenhuma. Rastejando na imundície da minha própria consciência.
 [...] Sou o último Rei de uma terra sem rosto e sem graça. Um ator, uma mentira e um poeta ou todos eles juntos e ao contrário se assim desejar.- 

(Em casa, em casa novamente,
Eu gosto de estar aqui quando posso
Quando eu chego em casa com frio e cansado,
É bom esquentar meus ossos ao lado do fogo
Muito longe, atravessando o campo
O badalar do sino de ferro
Convoca os fiéis a se ajoelharem
Para ouvir feitiços ditos em voz suave.)


Acordo pela manhã, meu dia é todo previsível... Acho que ja sentem minha falta e parecem se importar, mas na verdade querem ver minha capa religiosa, me querem ver na igreja fingindo a fé...é..e.
Me causa nojo ao passo que nem sei que rumo tomar, sou um ator e represento muito bem vivências que não sou eu. Volto para dentro de mim e nada vejo, não sei nada de química, nem física, tão pouco biologia, eu não sei de nada. 
Cada esquina que passo depois de um dia monótono, chego em casa cansado e deixo  cair um pedaço da minha vida no mar do esquecimento me levando ao mundo dos sonhos.
Meu vazio não se preenche com nada nem ninguém, de tanto ser pessimista acabei ficando sem fé, sem esperança, tudo ao meu redor são sombras/cópias que me envolve na tristeza, a luz está se apagando. Hoje meu reflexo é
de um garoto de "vidro quebrado", magro, feio, tosco, burro e meio maduro. Melancólico observando a vida como se olhasse para a chuva que cai do céu... Cheiro de cigarro, efeito do álcool faz parte do show de meu desfalecimento.
Acho graça na minha história e não sei mais o que dizer de tudo isso, fico calado.

capítulo 11

     Sábado pela manhã. acordo com aquela vontade de sair sem destino ou hora pra chegar em casa. Calço meu all star meio surradinho, tomo café,tento arrumar o cabelo mais sem muito sucesso e saio por ai...
Com fones de ouvido e uma possível musica ora grunge, ora sem destinção de gênero me motiva a continuar prosseguindo. Vejo rostos mais esquisitos, misteriosos e comuns. Aquele vendedor de frutas, aquela atendente da loja ou até mesmo um outro qualque á espera do condutor. Os carros para onde vão? E as crianças brincam para que? 
     Muitas faces, varias pessoas onde abrigam-se mundos, e histórias pra contar.
     Essa é minha mania, olhar para os lados perceber nos outros que deve haver algo além da aparência, ou esteriótipo comum.
     Ja me vejo longe de casa, janelas abertas deixam a brisa entrar nos prédios e casas, nos fones tocam uma musica qualquer, Led Zeppelin talvez, e me bate uma saudade de pessoas que ainda nem conheci.. 
     Dia estranho esse em que nada nem mesmo eu pareço existir, por momentos me vejo no delírio quando cansado me sento num banco de uma praça qualquer e começo a pensar no que se encaixa tudo o que se passa pela minha óptica como sendo uma realidade absoluta. Qual é a força que faz nossos corações baterem, nossas vidas prosseguirem e nossas historias sendo escritas ou contadas? Todos nós somos livros ou filmes, sendo escritos ou dirigidos. 
     Em minha mente começo a me lembar de pessoas que fizeram parte de mim por momentos felizes, que pareciam nunca acabar e vejo o quanto estão distantes, vejo o meu presente e não consigo ver além disso. Meus dias estão normais (acordar/ trabalho/estudo/namoro/estudo/dormir...repete tudo de novo/ cinco dias na semana/...Sábado/Domingo/...) e isso me deprime. Me levanto, avisto bêbados a conversarem assuntos de futebol ou mulheres, passo adiante, entro em qualquer loja a atendente me recebe com um sorriso de plástico, compro o que tinha de comprar e volto para casa. 
     Um brinde, a loucura, a solidão e ao vazio.

Legião Urbana

Os Anjos

(...)
Pegue duas medidas de estupidez
Junte trinta e quatro partes de mentira
Coloque tudo numa forma
Untada previamente
Com promessas não cumpridas
Adicione a seguir o ódio e a inveja
Dez colheres cheias de burrice
Mexa tudo e misture bem
E não se esqueça antes de levar ao forno temperar
Com essência de espirito de porco
Duas xícaras de indiferença
e um tablete e meio de preguiça
(...)
Gostaria de não saber destes crimes atrozes
É todo dia agora e o que vamos fazer?
Quero voar pra bem longe mas hoje não dá
Não sei o que pensar e nem o que dizer
Só nos sobrou do amor
A falta que ficou.

(MGMT)

This is our decision to live fast and die young. we've got the vision, now let's have some fun. Yeah it's overwhelming, but what else can we do? Get jobs in offices and wake up for the morning commute?
(Esta é a nossa decisão de viver rápido e morrer jovem. temos a visão, agora vamos ter algum divertimento. Sim, é esmagador, mas o que mais podemos fazer? Arranjar empregos em escritórios e acordar para a manhã comuta?)

Moonlight on my floor
shining through the roof
they got the city surrounded
as if I needed proof
i forgot my fear
feelings on the rise
burying all of the pieces
falling from the sky
but pieces of what
pieces of what
pieces of what
we used to call home
pieces of what
we used to call home
(luar no chão do meu

brilhando através do telhado
eles tem a cidade cercada
como se eu precisava de provas
eu esqueci o meu medo
sentimentos em alta
enterrando todas as peças
caindo do céu
mas as peças do que
pedaços do que
pedaços do que
costumávamos chamar de lar
pedaços do que
costumávamos chamar de lar)Dead in the water
It's not a paid vacation
The sons and daughters of city officials 
Attend demonstrations
It's hardly a sink or swim
When all is well if the ticket sells
Morto na água
Não é um período de férias pagas
Os filhos e filhas de funcionários da cidade
assistir a demonstrações
É quase uma afundar ou nadar
Quando tudo está bem, se vende o bilhete



capítulo 10

   


     Eu estou me esforçando muito, para ser a melhor pessoa possível e dar o melhor de mim em tudo que for fazer. Na verdade não quero mais deixar passar nem perder mais nada disso tudo que tenho. Meu renascimento agora é olhar a vida de um jeito totalmente novo, mesmo sabendo que tudo irá desaparecer um dia, é essa a parte ruim da vida e eu sei muito bem disso.
     Toda a monotonia tão entediante, todos aqueles questionamentos, e toda essa falta de sentido na vida em que eu andava encabulado hoje me parece tão previsível.
     Eu estou aqui procurando um sentido e tudo mais e parecia dar voltas e parar no mesmo lugar sem resultado algum, porra. Eu acordo pela manhã no meu quarto, no meu corpo, na mesma angustiante vida monótona e o resultado sempre é o mesmo saca? Viver é agora, pode ser estimulante, é estimulante!
   O melhor é deixar tudo acontecer sem saber do futuro mais a cabeça aberta novamente e as coisas são bastante claras e óbvias pra mim agora, é assim que as coisas vão ser a partir desse momento, vou me deixar sentir, aborrecer, amar sem esperar nada em troca e deixar a vida ser de momentos, vivências e experiencias, se tudo acabar um dia? Já era de se esperar, o que eu posso dizer é que meu estilo de vida determina meu estilo de morte, meu novo sentido agora é buscar significado nos desfrutes diários da vida que talvez seja aqui e agora, no dia-a-dia, nos interesses e valores que costumam fazer com que a vida valha a pena, pois não a valor se não há alguém que o atribua. Contudo que isso tenha um fim e eu possa descansar em meu túmulo sem esperar uma "vida" ou "sofrimento" eterno, nem ao menos uma mansão celestial em outra vida.

Sobre música...

‎"Nenhuma banda é especial: nenhum músico é rei. 


Se você tem uma guitarra e muita emoção, apenas bata alguma coisa com força e com 


vontade 


você é o super astro. 


Plugue os tons e ritmos que são universalmente humanos. 


Música. 


Que diabos, use a guitarra como um tambor. 


Capte um canal legal e deixe-o fluir de seu coração."

capítulo 9

     Lendo " Elogio a loucura" me fez pensar em como a vida é maluca, como as pessoas adoram a loucura de uma forma imperceptível. O que faz alguém amar o outro intensamente se não por uma loucura? Até por que o outro não passa de um pedaço de matéria ambulante e nada tem de tão interessante assim, ou seja, é apenas um humano. O que leva uma pessoa a seguir uma crença, acreditando que aquilo é uma verdade absoluta sem ao menos parar e questionar? O que senão a loucura. 
O que nos leva a perder dias e dias estudando, trabalhando, socializando... se a vida é tão efêmera, logo nos vimos tão velhos e birutas e tudo é um tédio.  Esses são exemplos de que a loucura reina em cada pedaço de matéria no mundo.
     Ando com um sentimento forte dentro de mim. Todos os dias me levanto para lavar o rosto, tomar café e certificar se ainda estou vivo, será que isso merece nome de vida? Tenho medo, muito medo de passar os dias sozinho (mas que porra é essa? agora já é tarde). Mesmo estando cercado de gente em todos os lugares e me ver rindo e jogando conversa fora, mais sinto sozinho por dentro. Chegar em casa anoite e aqueles sentimentos do vazio me incomoda de uma forma tamanha que não vejo a o que me recorrer. Não é um vazio comum, se tornou algo muito maior, vai chegar um dia em que não vou mais aguentar. Vejo todos ao meu redor buscando sentidos para suas vidas ( namorando, estudando, trabalhando: preenchendo o futuro) e eu não dou muita importância. Enquanto isso a existência se esvai e o tempo passa e eu fico na minha bolha sozinho e o silêncio reina sobre o vazio maior que o peito.
     Mais que diabos! Eu mesmo busquei isso. E de de que forma?
     Quando tentam se aproximar de mim seja por uma relação afetiva ou de amizade eu sempre acabo com tudo. Eu sou um lixo, um demônio digno da solidão... Fazer história é sempre melhor do que ouvir história, e eu não faço nem tenho muito o que contar. Inconsciente  vivo um ano todo e me vem os aniversários e esses são os dias que mais me torturam. Legal? fazer o que... é inevitável.
     Porra bateu aqui agora uma espécie de "pena" de mim : /
     É triste pra não dizer que isso acaba comigo, mais talvez pra isso que eu existo mesmo, me contento em não ser bonito, em não ter dinheiro, em não ter uma razão ou um sentido que seja... Talvez eu não mereça mais que essa "merdinha' de vidinha de hoje. Eu nasci assim, e os dias só agravam esse meu estado de "pena' de mim mesmo e já não consigo gostar das coisas como gostava antes e o  pior é que o problema está em mim e é visível. Não me empolgo mais, nem vou me humilhar mais para que as pessoas gostem de mim. Pior não me imagino mais com ninguém. 

Somos um breve pulsar...

     Ao passo do nosso existir vamos aderindo as futilidades do nosso dia-a-dia e deixando de lado coisas simples mas que realmente importam.
     Podemos ler a maioria dos livros possíveis que não valem mais que um momento ou uma vivência.
     Estudar a matemática ou as estrelas trancado no quarto e até as mais belas constelações e até mesmo saber o nome de cada uma delas, porém isso de nada adianta se não for possível dedicar algum momento da noite para apreciar a sua beleza na imensidão do universo.
     Todos flutuamos no mesmo nada de onde viemos, onde deixamos nossos sonhos e conquistas caídos e permanecemos na desgraça egoísta e mesquinha de achar que sabemos mais que os outros e por isso somos melhores, que nosso gosto musical é melhor do que aqueles que não se atentão a beleza da arte. A vida é um desafio, um acaso, uma loucura, um teste de paciência, quanto mais se vive mais se aprende. 
     Somos grandes, somos pequenos deuses com tempo limitado de existência e esse, talvez seja o sentido, o tempo deixado, esquecido... os bons momentos da vida não seriam bem aproveitados e deixaríamos tudo para amanhã so por que todo o tempo do mundo é pouco, deixando de lado o saber e só dando lugar as coisas fúteis da vida.
     O mesmo jeito em que muitos procuram todos os dias por uma nova pessoa não sabem o que é se importar apenas com uma
e acordar ao seu lado todas as manhãs e descobrir que em essência podem ser um só, não em pensamento nem beleza física, mas somente se acreditar no valor da vida e da essência individual.




"Antigamente sim, eu me via frustrado por não saber o que me frustrava, mas com o tempo isso passa, a vida não é um mar de rosas, você precisa ser forte e nunca bote a culpa nos outros.Não diga, eu não consegui isso, eu não consegui aquilo porque ele, porque ela..Não..covardes botam a culpa nos outros, aceite a culpa, aceite o fato de não ser perfeito e que nunca será, e siga adiante tentando, porque do contrario, nunca chegara a lugar algum."

capítulo 8




     Sabe? quando bate aquele sentimento que não da para entender de onde veio, só sente-se um imenso mar de solidão ( mesmo quando se está cercado de pessoas por todos os lados) e a vida cai no terror da monotonia. Os dias são iguais, as semanas são iguais e ai não se vive mais, resta um corpo como um zumbi, morto-vivo ou máquina fazendo tudo repetidamente sem nada mudar. A mente se conforma e se torna mais alienada, o trabalho rouba o tempo, os estudos enlouquece a mente que outrora pensava que pensava e um imenso buraco no peito. 
     Os "amigos" somem ou só se importam com seus recados nas redes sociais e não estão nem ai para os motivos de sua falta de atenção. A vida se esvai e o conformismo toma conta. Aceitar essa condição de vida é fechar os olhos e deixar ser levado pela brisa do cotidiano repetitivo e cansativo.
    Não há mais sentimento, nem vontade, nem alegria e nem tristeza e sim a melancolia de acordar cedo, de chegar no horário de mandar a notícia de que ainda há vida no corpo inanimado  desanimado. 

   Não há mais sonhos pois não existem mais planos de se ver no futuro, não há mais amor por que o mesmo parece não existir mais no coração do miserável morto vivo, nem companhia, nem mesmo um bom livro, nem a filosofia. Tudo o que outrora era bom hoje é sem muita importância ou tanto faz. Não é fácil ver um turbilhão de sonhos a se desfazer, e pela janela a bomba nuclear explodir e um manto negro cobrir o que se poderia ter e tudo parece ser tão real agora.
   A noite vai chegar e não há por que sonhar, ao sorrir se esconde o sofrer e então guarde o que sobrou pois o amor jaz aqui.
   É assim que me sinto seguindo nesse furacão que eu sei -e só eu sei- que em breve vou desfalecer  mesmo assim ainda resta a esperança que me traga de volta a vida e arranque de mim esses pensamentos suicídas.

Quando Nietzsche Chorou)



"Jamais alguém fez algo totalmente para os outros. Todo amor é amor próprio. Pense naqueles que você ama: cave profundamente e verá que não ama à eles; ama as sensações agradáveis que esse amor produz em você! Você ama o desejo, não o desejado."

(Friedrich Nietzsche)


A VERDADE vos libertará

   
     A desobediência é a chave para a libertação, sim. Mais desobedecer é pecado.
Sim, o homem ao desobedecer foi expulso do paraíso  e assim com o suor do seu trabalho 
se vê preso a essa condição para sobreviver.
     Então como pode o pecado e a desobediência ser uma coisa boa? 
Exatamente nada. 
     O Criador ao proibir que se comesse do fruto da árvore do conhecimento ao mesmo tempo
insentivou a desobediência e o castigo foi/é um benefício. Se não fosse a desobediência e o castigo, o 
homem não passaria de um animal irracional, de itelecto primário, sendo assim não seria possível uma evolução 
de ser criado a ser criador. Logo o castigo nada mais é que um benefício. O homem tendo que trabalhar, regando com seu suor/sangue 
a terra vai dando origem a colheita de frutos do conhecimento e assim recompondo em si a primitiva verdade sobre a sua suposta origem. 
Somente a verdade libertará o homem de suas particularidades e as diversas divisões em que sua alma se encontra perdida; daí uma afirmação evangélica
"A VERDADE vos libertará"

 


   
   
    E então ali estamos nós alucinadamente atraídos e ao mesmo tempo repelidos por um Pai/Deus etenamente oculto, que nos deixou como testamento os germes do bem e do mal, da fé e da ciência,
da verdade e do erro como algo inexplicável se não por uma falha do homem ou de Deus ( sendo Deus um ser perfeito). Ali estão todos os homens debatendo seus problemas, murmurando exaustivamente suas vidas,
se alegrando com pequenas vitórias banais, perceguindo uma felicidade passada pela propaganda ou pelo mundo do marketing daqueles com maior "poder" financeiro ou ainda transpassada por mídias de corporações burguesas, vivem sedentos por novos ideais 
e cançados daqueles que antes preenchiam suas almas. Nascem presos a leis já estabelecidas e temem em um dia ter de infrigi-las ainda que isso lhes custassem a vida ou uma personalidade decaída.
     A miséria humana exposta pelos indivíduos com os pés na lama, enterrados no lodo mas sempre com os olhos voltados para os céus. Sendo assim prefiro me achegar aos loucos, idiotas, hereges, possessos, 
e desprovidos de aparência ou de vizual agressivo, esses sim merecem todo o respeito pois nos tais se manifesta o falar de Deus e da sua magnífica sabedoria surreal.







N
inguém está aqui no meu lugar, nem sentem o que eu sinto,
 ninguém pode entender nada, eles nunca vão saber.
Querem sair, se divertir. Eu só quero um momento de paz, me afastar, um momento de "férias" literalmente. Só a companhia de livros e meu video game. Ouvir as musicas que ainda não ouvi, voltar a ler de onde eu parei. Só quero isso e  não é pedir de mais. Eu preciso disso, me recurvar sobre mim, me prender na minha solidão, mas eles não entendem e nunca poderão entender.

Vivo de Novo -Gram

Aborrecer

Desejaria estar morto demais para chorar
A aflição por mim mesmo se esvanece
Pedras para atirar em meu criador
Masoquismo com o qual me abastecer
Você não precisa se importar
E eu não preciso ser
Continuarei indo adiante
Mas uma vez que eu me apegar
Não vou soltar até sangrar
Desejaria estar morto demais para me importar
Se é que já me importei
Nunca tive voz para protestar
Então você me encheu de droga para digerir
Desejaria ter uma razão
A estação das minhas falhas está aberta
Por isso desisti de tentar
Uma boa rodada merece minha morte
Você não precisa se importar
E eu não preciso ser
Continuarei indo adiante
Mas uma vez que eu me apegar
Não vou soltar até sangrar
Desejaria morrer ao invés de viver
Um zumbi esconde minha face
Ela estará esquecida em suas memórias
Diários largados com iniciações crípticas
Você não precisa se importar
E eu não preciso ser
Continuarei indo adiante
Mas uma vez que eu me apegar
Não vou soltar até sangrar
Você não precisa se importar
E eu não preciso ser, yeah
Continuarei indo adiante
Mas uma vez eu me apegar, uma vez que me apegar
Jamais viverei sob meu mal

(Stone sour)

(A menina que roubava livros -Markus Zusak)

   O ar parece feito de plástico, um horizonte como cola poente. 
Existem céus fabricados pelas pessoas, perfurados e vazantes, e há nuvens macias, cor de carvão,
que pulsam como corações negros. 
E depois.
Vem a morte.
Abrindo caminho por aquilo tudo. 
Na superfície, imperturbável, resoluta.
Por baixo, abatida, desatada, desfeita.


O Dia do Curinga (Jostein Gaarder)


– Na praia, uma criança constrói um castelo de areia. Por um momento, contempla admirada sua obra. Depois destrói tudo e constrói um novo castelo. Da mesma forma, o tempo permite que o globo terrestre realize seus experimentos. Aqui nesta praça se escreveu a historia do mundo; aqui os acontecimentos foram gravados na memória das pessoas, e depois novamente apagados. Na Terra, a vida pulsa de forma desordenada, até que um belo dia nós somos modelados... com o mesmo frágil material de nossos antepassados. O sopro do tempo nos perpassa, nos carrega e se incorpora a nós. Depois se desprende de nós e nos deixa cair. Somos arrebatados como num passe de mágica e depois novamente abandonados. Sempre há alguma coisa fermentando, à espera de tomar nosso lugar. Isso porque não temos um solo firme sob nossos pés. Não temos sequer areia sob os pés. Nós somos areia.

Fiquei tão chocado com o que ele disse que cheguei a estremecer. E não apenas com o que ele disse mas também com a forma como ele disse.
– Não há um lugar onde possamos nos esconder para escapar do tempo – continuou meu pai. – Podemos escapar de reis e imperadores, e talvez até de Deus. Mas não podemos escapar do tempo. O tempo nos enxerga em toda parte, pois tudo à nossa volta está mergulhado nesse elemento infatigável.
Tive de concordar com o que meu pai dizia. Mas ele estava só no começo de sua longa palestra sobre o tempo e sua ira implacável.
– O tempo não passa, Hans- Thomas, e não é um relógio. Nós passamos e são os nossos relógios que fazem tiquetaque. O tempo devorando tudo através da história, silenciosa e inexoravelmente, como o sol se levanta no Leste e se põe no Oeste. Ele destrói civilizações, corrói antigos monumentos, e engole gerações. Por isso que falamos dos “dentes de engrenagem do tempo”: o tempo mastiga, mastiga... e somos nós que estamos no meio de seus dentes.
– Os antigos filósofos discutiam sobre essas coisas? – perguntei.
Ele confirmou.
– Por um breve espaço de tempo fazemos parte da extraordinária agitação deste mundo. Andamos pela Terra como se isso fosse uma coisa evidente no mundo. Você viu como as pessoas se agitam como formiga lá na Acrópole? Mas toda aquela agitação vai desaparecer. Vai desaparecer e ser substituída por outra, pois sempre há outras pessoas prontas, à espera.
Sempre surgem novas idéias. Nenhum tema se repete, nenhuma composição é escrita duas vezes... Nada é tão complicado e tão precioso quanto um ser humano, meu filho. Apesar disso, somos tratados como futilidades baratas!
Achei tão pessimista tudo o que ele dizia que não pude deixar de introduzir um comentário em toda aquela história.
– É tudo realmente tão ruim assim? – perguntei. – Nós...
– Fique quieto! – disse ele, cortando o que eu ia dizer. – Vagamos por esse mundo como personagens de uma aventura maravilhosa – continuou. – Cumprimentamo-nos e sorrimos uns para os outros como se quiséssemos dizer: “Oi, aqui estamos nós vivemos juntos nesse momento! Dentro da mesma realidade... ou da mesma história’’. Não é inacreditável, Hans- Thomas? Vivemos num planeta no universo. Más logo seremos varridos do tabuleiro. Abracadabra e... pronto! Desaparecemos.
Olhei-o de soslaio. Não havia outra pessoa no mundo que eu conhecesse melhor do que ele. E ninguém que eu amasse melhor do que ele. Mas o modo como eu via meu pai ali parado, os olhos passeando sobre os blocos de mármore da antiga praça de Atenas, ,e dava a sensação de enxergar nele algo estranho, de desconhecido. Será que não era meu pai que fazia todo aquele discurso? Será que algum momento o deus Apolo ou alguma outra divindade não teria passado a usar meu pai para fazer aquela apresentação a sua própria? Creio que todos esses pensamentos realmente me passaram pela cabeça.
– Se nós vivêssemos em outro século – prosseguiu meu pai –, dividiríamos nossas vidas como outras pessoas. Nesse momento só podemos cumprimentar, sorrir e desejar bom-dia para milhares de nossos contemporâneos: “Ei você! Que coisa fantástica podemos compartilhar do mesmo tempo!”. Talvez algum dia eu esbarre em alguém. E nesse momento eu abra uma porta e diga: “Olá, alma minha!”. – Mostrou com ambas as mão s como fazia para abrir a porta da alma. – Estamos vivos, ouviu bem? Mas só esta vez. Podemos dizer, de braços abertos, que existimos. Mas logo somos colocados de lado e enfiados nos sacos das trevas da história. Pois somos criaturas sem retorno. Somos parte de um eterno baile de máscaras , em que os mascarados vêm e vão. Só acho que merecíamos coisas melhor, Hans- Thomas. Você e eu merecíamos ter nossos nomes gravados em alguma coisa eterna, que não fosse apagada como o mar que destrói o castelo de areia.
Sento-se num bloco de mármore e respirou fundo. Só então entendi que ele devia ter se preparado durante muito tempo para esse discurso que faria aqui, na antiga praça do mercado de Atenas. E na verdade não falava comigo, ou pelo menos não só comigo. Conversava com os grandes filósofos gregos. O discurso do meu pai se dirigia a um passado remoto.
Quanto a mim, apesar de ainda não ser um filosofo feito, achei que tinha o direito de dar a minha opinião. Então, perguntei:
– Você acredita que haja alguma coisa que não possa ser levada como a areia do castelo que a água do mar destrói?
Acho que minha pergunta o tirou de uma espécie de transe, pois só nesse momento ele parecia realmente falar comigo. E só comigo.
– Aqui – disse ele, e apontou para sua cabeça. – Aqui dentro tem alguma coisa que não pode ser levada.
Por um momento fiquei com medo de que ele tivesse perdido completamente a razão. Mas ele não estava se referindo apenas à sua própria cabeça.

capítulo 7







     O tempo é o momento, assim diz o dicionário!
     Falar coisas aleatoriamente, mais embora eu não consiga perceber eu falo de mim, egoístamente falo somente de mim.
 Falo da minha visão de mundo e de tudo que acontece ao redor da minha bolha!
     Esse mundo é horrível e belo ao mesmo tempo. Tanta desgraça, tanta coisa ruim, tanta alienação, fanatismo, tão surrealista. 
      O que é viver??

passar o tempo (? ) preenchendo a vida ( que vida?) com coisas pra serem feitaS? Resolver um problema e depois vem outro??? Esse é o sentido da vida??? (vida?) (Vid.) (Vi) /v\


naum passamos de formigas fazendo um grande e universal trabalho em grupo e ainda achamos que somos importantes, raça superior que está ocupando um lugar no mundo vivendo (?), somos a bela criação pensadora do desconhecido Deus (?) que nos ama profundamente e enviou seu filho unigênito (Jezuis Cristuz, louvado seja!)  para todo aquele que nele crê não pereça mais tenha vida ( e que vida!) eterna, amém!
 ... Nascemos para crescer, estudar, achar alguém a fim de se reproduzir, envelhecer e morrer... Isso é vida? ou um ciclo vicioso ( em um aquário de areia)  em que cada um de nós fazemos parte??? Alguém la de cima pode nos ver e se não seguirmos essas tais regras que foram impostas, sofreremos eternamente em um inferno (?) com um fogo desgraçado quente e devastador. Vá a igreja ó malditos filhos da puta, estudem, trabalhem, vote em mim, venham conferir os baixos preços da queima de estoque, a banda Meu saco vai lançar cd dia 31 de fevereiro,
doe (devolva) seu dízimo, vamos sair hoje???, me beija, não saia de casa sem tomar café...    
A vida é como o tempo, se resume no momento dessa prisão da existência. Eu fico aqui me perguntando, por que eu fico falando essas coisas sem nexo algum???? por que me incomodo com o fato de estar aqui? afinal eu tenho uma vida (?), um mundo, uma família, tenho amigos, tenho a monotonia, o tédio, e um computador. 
Deveria aceitar de bom grado a isso, só que eu não consigo. Vejo ao meu redor e me sinto um idiota, sou muito idiota, as vezes aceito a vida outras vezes fico questionando o que eu nem consigo entender... aa sabe de uma eu cansei, mesmo não sabendo de fato, cansado de que? Não existe vida, nem tempo, nem café da manhã... nada existe, só Deus existe. Deus, a eternidade e o todo vazio em uma psina de gelo quente... 
    Vou me trancar no meu quarto, ouvindo o rádio, vou me deitar apagar a luz... e contemplar esse imenso nada que está além da bolha de sabão em que vivo... e se por irônia do tempo, na matina eu poder me levantar seguirei o meu dia (que não existe), continuarei e viverei (?) isso tudo que não passa de alucinação.