Diálogo entre um padre e um moribundo - Sade

MORIBUNDO — Não te entendo mais do que me compreendes.

PADRE — Como?

MORIBUNDO — Eu disse que me arrependo.

PADRE — Já o dissestes.

MORIBUNDO — Mas não compreendeste.

PADRE — O quê?!

MORIBUNDO — O seguinte: criado pela natureza, com apetites muito vivos e paixões muito fortes, posto neste mundo unicamente para entregar-me a eles e satisfazê-los, sendo tais efeitos de minha criação apenas necessidades relativas aos primeiros fins da natureza, ou, se preferires, derivações essenciais de seus projetos sobre mim, todos com razão de suas leis, só me arrependo de não ter reconhecido o bastante sua onipotência, e meus únicos remorsos são pelo uso medíocre que fiz das faculdades (criminosas para ti, tão simples para mim) com que me dotou para servi-la. Por vezes lhe resisti e arrependo-me por isso. Cego pelo absurdo de teus sistemas, combati por eles toda a violência dos desejos recebidos por uma inspiração bem mais divina. Disso me arrependo. Só colhi flores quando poderia ter feito uma ampla colheita de frutos... Eis os justos motivos de meus arrependimentos; estima-me bastante para eu não procurar outros.

PADRE — Onde vossos erros vos arrastam, onde vossos sofismas vos conduzem! Emprestai à coisa criada a onipotência do criador, e não vedes que as inclinações infelizes que vos desencaminharam são apenas efeitos dessa natureza corrompida a que atribuis a onipotência.

MORIBUNDO — Amigo, parece-me que tua dialética é tão falsa quanto teu espírito. Gostaria que raciocinasses de modo mais justo, ou que me deixasses morrer em paz.O que entendes por criador e por natureza corrompida?

PADRE — O criador é o senhor do universo. Aquele que tudo fez e criou e que tudo conserva por um simples efeito de sua onipotência.

MORIBUNDO — Um grande homem, seguramente... Mas se é tão poderoso, por que criou uma natureza corrompida?

PADRE — Que mérito os homens teriam se Deus não lhes tivesse deixado o livre-arbítrio, e o que ganhariam com isso se não houvesse na terra a possibilidade de fazer o bem e a de evitar o mal?

MORIBUNDO — Então esse teu Deus quis ser do contra, fazendo tudo só para tentar ou testar sua criatura. Logo, não a conhecia e duvidava do resultado?

PADRE — Ele a conhecia, sem dúvida, mas uma vez mais queria deixar-lhe o mérito da escolha.

MORIBUNDO — Para quê, se sabia seu partido de antemão e só a ele competia, já que o dizes onipotente, só a ele competia, digo, fazer com que escolhesse o do bem?

PADRE — Quem pode compreender os desígnios imensos e infinitos de Deus sobre o homem e quem pode compreender tudo o que vemos?

MORIBUNDO — Quem simplifica as coisas, meu amigo, e sobretudo não multiplica as causas para melhor confundir os efeitos. Por que colocas outra questão quando não me podes explicar a primeira? Sendo possível que a natureza tenha feito sozinha tudo o que atribuis a teu Deus, por que pretendes arrumar-lhe um senhor? A causa do que não compreendes talvez seja a coisa mais simples do mundo. Aperfeiçoa tua física e entenderás melhor a natureza; purifica tua razão, elimina teus preconceitos e não necessitarás mais desse deus.

PADRE — Seu infeliz, pensei apenas que fosses sociniano!...Tinha armas para combater-te, mas vejo bem que és ateu! E já que teu coração se nega à imensidade das provas autênticas que recebemos todos os dias da existência do criador, nada mais tenho a te dizer. Não se devolve a luz a um cego.

MORIBUNDO — Meu amigo, conforma-te com a evidência de que cego é quem se veda com uma fita, não quem a arranca dos olhos. Tu edificas, inventas, multiplicas; eu destruo, simplifico. Tu acumulas erros sobre erros; eu combato todos. Qual de nós é o cego?

O sentimento de angústia





O que mais angustiante que viver?
É que a morte é sempre possível,
o sofrimento é sempre possível,
e é isso a que se chama um vivente:
um pouco de carne oferecida à agressão do real.
Um pouco de carne ou de alma expostas ali,
à espera de sabe-se lá o quê.
Sem defesas. Sem auxílio. Sem amparo.
Que é que é a angústia,
senão esse sentimento em nós,
com ou sem razão,
da possibilidade imediata do pior?

André Comte-Sponville
Peace and Love

Deus, um delírio ( Richard Dawkins)

...Legalmente laicos, a religião se transformou num empreendimento liberado. Igrejas rivais competem por congregações - e pelo gordo dízimo que elas trazem consigo - e a concorrência é marcada por todas as
técnicas agressivas de venda do mercado. O que funciona para o sabão em pó funciona para Deus, e o resultado é algo que se aproxima de uma mania de religião nas classes menos instruídas.
(...)
"Houve um tempo em que o vigário  da região era figurinha carimbada da dramatis personae inglesa. Aquele homem excêntrico e gentil, apreciador de chá, com seus sapatos lustrosos e jeito bondoso, representava
um tipo de religião que não deixava desconfortáveis as pessoas que não eram religiosas. Ela não teria um chilique existencial nem o colocaria contra a parede perguntando se você já foi salvo, menos ainda lançaria
cruzadas desde o altar ou plantaria bombas de beira de estrada em nome de algum poder maior"

(...) Falar de existências imateriais é falar de nadas. Dizer que alma, os anjos e deus são imateriais é dizer que eles são nadas, ou que não existe deus, nem anjos, nem alma. Não consigo pensar de outra maneira (...)
sem mergulhar no abismo insondável dos sonhos e fantasmas. Satisfaço-me e fico suficientemente ocupado com as coisas que existem, sem me atormentar com as coisas que podem até existir, mas das quais não
tenho provas.
(...)

A palavra e as coisas (Foucault)

Pertence ao firmamento do homem ser "livre e poderoso", "não obedecer a ordem alguma", "não ser regido por nenhuma das outras criaturas". Seu céu interior pode ser autônomo e repousar somente em si mesmo, sob a condição, porém, de que, por sua sabedoria, que é também saber, ele se torne semelhante à ordem do mundo, a retorne em si e faça assim equilibrar o seu firmamento interno aquele onde citilam as estrelas visíveis. Então, essa sabedoria do espelho envolverá, em troca, o mundo onde estava colocada; seu grande elo girará até o fundo do céu e mais além; o homem descobrirá que contém "as estrelas no interior de si mesmo(...), e que assim carrega o firmamento com toda as suas influências".
...
As sete aberturas formam no seu rosto o que são os sete planetas no céu.
...
A borrasca começa quando o ar se torna pesado e se agita, a crise, no momento em que os pensamentos se tornam pesados, inquietos; depois as nuvens se acumulam, o ventre incha, o trovão estronda e a bexiga se rompe; os relâmpagos fuminam enquanto os olhos brillham com um fulgor terrível, a cruva cai, a boca espuma, o raio deflagra enquanto os espíritos fazem rebentar a pele; mas eis que o tempo se torna claro e a razão se estabelece no doente.
...
À morte, sucede que as coisas e os animais e todas as figuras do mundo permanecem o que são.
...
É necessária uma marca visível das analogias invisíveis.
...
"Não é vontade de Deus", diz Piracelso, "que o que ele cria para benefício do homem e o que lhe deu permaneça escondido... E ainda que ele tenha escondido certas coisas, nada deixou sem sinais exteriores e visíveis com marcas especiais - assim como um homem que enterrou seu tesouro marca a sua localização a fim de que possa reencontrá-lo". 
...
A semelhança era a forma invisível daquilo que, do fundo do mundo, tornava as coisas visíveis; mas para que essa forma, por sua vez, venha até a luz, é necessária uma figura visível que a tire de sua profunda invisíbilidade. Eis por que a face do mundo é coberta de brasões, de caracters, de cifras, de palavras obscuras...
Não é verdade  que todas as ervas, plantas, árvores e outros, prevenientes das entranhas da terra, são outros tantos livros e sinais mágicos". O grande espelho calmo, no fundo do qual as coisas se mirariam e remeteriam umas às outras suas imagens, é, na realidade, todo buliçoso de palavras. Os reflexos mudos são duplicados por palavras que os indicam. E, graças a uma última forma de semelhança que envolve todas as outras e as encerra em um círculo único, o mundo pode se comparar a um homem que fala: " Assim como os secretos movimentos de seu entendimento são manisfestados pela voz, assim não parece que as ervas falam ao médico curioso por sua assinalação, descobrindo-lhe... suas virtudes interiores ocultas sob o véu do silêncio na natureza?".
... os olhos são estrelas porque espalham a luz sobre os rostos como os astros na obscuridade, e porque os cegos são no mundo como os que têm clarividência no mais soturno da noite.

“Quando você percebe que o universo inteiro é uma manifestação da sua mente, você se torna onipresente. E na onipresença estão contidas todas as nossas necessidades, e todas as nossas necessidades são preenchidas a partir do nosso interior. Mas quando você começa a se preocupar e a pensar sobre isso, você estraga tudo. Então você tem que fazer coisas humanas para tomar conta de si mesmo. Mas se você deixa essa camada humana sozinha, e volta para a compreensão que está tudo na sua mente, você automaticamente solta a mente, e o Ser toma conta, trazendo as pessoas certas pra sua vida, a situação certa, o endereço certo. Lembre-se, seu corpo veio para essa terra por causa do karma. E vai passar pelo que quer que tenha que passar. Mas você não tem nada a ver com isso porque você não é seu corpo. Mas se você pensar sobre isso você estraga. Por isso, permita seu corpo fazer o que quer que ela tenha vindo fazer aqui. Não interfira. Não lute. Simplesmente observe. Não reaja. Você ficará bem.”
~ Robert Adams

O Guardador de Rebanhos - Fernando Pessoa

Num meio-dia de fim de primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas…
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as cousas.
Aponta-me todas as cousas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar no chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou —
«Se é que ele as criou, do que duvido» —
«Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres.»
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo um universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das cousas só dos homens
E ele sorri, porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos-mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate as palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?

Sem querer, eu penso. Pensar... humano demais isso... Eu era feliz quando não questionava e doi aquela dor sem causa ou fim no vazio do peito. Por mais que tudo seja uma completa abstração o meu mundo não se abstrai e eu sou nada diante das minhas incertezas e meus medos... e pareço estar sozinho... Deus? existe no pensamento... não uma forma física nem energia sublime, tão pouco um Deus agnóstico mais uma fé minha, não em bíblia ou mitos ou igreja... mais algo do meu interior... eu que sou uma poeira cósmica que por vezes parece brincar de existir e ter pena de si mesmo... sou um planeta, um mundo, um universo, um mundo abstrato vivendo num lugar em que eu não pertenço, sou um acidente, uma forma sem causa, eu sou a contradição, sou um livre pensador... eu sou o que você vê, o que você vÊ em mim? O que espera de mim?
Eu sou amor, compreensão, paciência e também sou calmaria... afinal quem sou eu nesse mundo estranho? Sou um estranho.

O velho e o Moço


'E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz, quem então agora eu seria? Aaah, tanto faz! E o que não foi não é. Eu sei que ainda vou voltar... Mas, eu quem será? Deixo tudo assim, não me acanho em ver vaidade em mim. Eu digo o que condiz, eu gosto é do estrago. Sei do escândalo e eles têm razão quando vem dizer que eu não sei medir nem tempo e nem medo. E se eu for o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado? Aaah, ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim? Dispenso a previsão. Aaah, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, aceito a condição. Vou levando assim, que o acaso é amigo do meu coração, quando falo comigo, quando eu sei ouvir'.

livro de cabeceira

Pensamentos vagos, numa tarde de tédio...

Viajo em meus próprios sonhos, me sinto um fugitivo em minha mente, lutando para evitar que os tormentos dos meus próprios pensamentos me incomodem muito além do que eu possa suportar, mas é algo que não se pode evitar, eles insistem em me atormentar, ansiedade, espectativas incógnitas sobre o meu futuro e o pessimismo sobre a minha capacidade de enfrentar a minha própria vida... tudo isso em meus pensamentos, vagando refletindo... pensando...
 É tudo o que tenho: amor, e mais nada.

Charles Baudelaire



"É preciso estar sempre embriagado. Para não sentirem o fardo incrível do tempo, que verga e inclina para a terra, é preciso que se é sem descanso. Com quê? Com vinho, poesia, ou
virtude, a escolher. Mas embriaguem-se."
 

Mannu

“Era como se aquele menino sorrisse pelos olhos, não sei, tinha algo diferente naquele olhar de acordo com seu humor, não sei se era só eu que percebia, mas quando ele estava feliz, seus olhos brilhavam tanto que eu me perdia que me trazia paz. Quando ele estava triste, era como se seus olhos chorassem, mas no entanto, nenhuma lágrima caia, ele podia estar sorrindo, mas quando eu olhava em seus olhos eu via uma tempestade que me acertava em cheio e me deixava tão triste quanto aquele garoto. Mas o melhor mesmo era quando a gente se encontrava, o olhar dele se transformava em um misto de ansiedade, alegria, e mais algo que não conseguia decifrar.Te amo Lucas Gomes

Se você tivesse chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no momento certo, te peso que fique. 

Sorriso encantador e olhos que mostram mais do que deveriam...

     Quem olhar para aquela foto nunca imaginaria que por detrás daquele sorriso se escondia um coração que chora, quando um mundo perfeito se desmorona em sua frente e a sua fé abalada parece não existir mais.
     Então a vida perde o sentido e tudo que antes acreditava-se ser real agora é somente um conto de fadas, uma utopia, um mundo e um reino que não existe mais.
     O coração amargurado inundam de lágrimas os olhos trazendo consigo um nó na garganta e uma vontade de morrer, ou talvez de tudo isso acabar, uma sensação tão insuportável porém após o choro sente-se o alívio...  e ela percebe que está viva.
     Os amigos não existem mais, nem deus, nem pai, nem sonhos, somente fantasmas... Ela se sente sozinha diante de uma multidão que corre atrás do vento, do nada. Ela não sabe mais pertencer, nem existir, nem viver.
     Dormir para simular a morte, acordar e perder metade do dia... vagas sem destino, sem futuro, até que por um milagre conhecer uma nova pessoa. 
   
    

capítulo 14


     Deitado na minha cama olhando para cima, desenho um rosto imaginário no teto, mais é um rosto que também é real e a partir desse rosto relembro momentos, abraços e sorrisos.
     Um silêncio surdo invade o meu quarto, a casa, a rua, a cidade, minha mente e o meu mundo sonolento. Amor quase impossível , um futuro de planos e incerto. No coração uma tristeza sem fim misturada a uma saudade imensa da quela que está longe, precisava está longe, talvez tenha ido se encontrar.
     Me levanto, pego um copo d'água e de repente me torno inanimado como os objetos ao redor, como o meu copo d'água... penso, existo, sinto, penso, sinto, existo... vivo, durmo e acordo de salto como um delírio. Penso que essa solidão combina com o frio, mais a noite é quente e eu estou me derretendo. Volto ao passado e revejo a cena em que andar pela rua e ficar ali na praça jogando conversa fora envolvidos em uma certa magia caminhamos na chuva e as lágrimas divinas dos céus traziam a perfeição aos nossos beijos.
     Eu que não dava a mínima para o tempo, hoje traço planos, crio metas e o tempo se torna tão monstruoso diante de mim. Nada me importava, meu coração era tão frio, que parecia não ter sentimentos em mim. Preciso andar por ai, sentir o vento do outono... Sofrer? Amar? Sentir? De fato eu amo, eu sinto e nesse momento contemplo o meu vazio em meu pensamento, em meu quarto escuro sozinho.
     A dor desapareceu, a solidão foi aceita, a saudade aumenta muito mais. Não estou triste, nem melancólico (talvez um pouco melancólico), estou inanimado deitado novamente em minha cama, o resto da noite é desconfortante e madrugada a dentro adormeço.
O cara diz que te ama, então tá! Ele te ama. Assunto encerrado.Você sabe que é amada porque lhe disse isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber que é  amada é uma coisa, sentir que é amada é outra completamente diferente. E demonstrar amor requer muito mais do que beijos, abraços ou palavras.  Se sentir amada é sentir que a outra pessoa tem interesse real na sua vida, que quer sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que está disposto para ouvir as suas dúvidas e te dá uma sacudida quando for preciso. É vê-la tentar reconciliar com seu pai, fica triste quando você está triste, e sorri quando você sorri e se perder nesse sorriso lindo... e continuar te amando mesmo tão tão longe...

Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
quem não levanta a voz, mas fala;
quem não concorda, mas escuta.


Há um coração nesse momento que bate em algum quarto escuro pelo mundo. E esse mesmo coração bate por outro que também está em algum lugar pelo mundo... bem distante, longe, do outro lado da cidade, mais bate 24 horas por dia... as vezes triste, por vezes alegre e pouquissimas vezes feliz. Quando esses dois corações se encontram o tempo se torna inimigo... aliás ele sempre foi um inimigo, e nesse encontro o tempo acelera, corre tão rápido e os corações batem mais forte do que nunca a mesma proprorção em que o tempo voa e os corações precisam novamente se separar, ir pra longe um do outro... e os dias viram anos as noites são de solidão e os corações batem em algum quarto escuro... mergulhados em pensamentos e sonhos aguardando o dia de se verem novamente  antes desses corações pararem de vez de bater.

O rio fica lá, a água é que correu
Chega na maré, ele vira mar
Como se morrer fosse desaguar
Derramar no céu, se purificar
Deixar pra trás sais e minerais
Evaporar...

Pensamentos se movem como um vento incansável dentro de uma caixa de correio...




...elas tropeçam cegamente enquanto fazem seu caminho pelo universo da minha mente.
 Poderia ser a solidão uma coisa boa? Ao certo não se pode saber, mais na solidão é que meus pensamentos vão longe... 
penso em tanta coisa: penso na minha vida e quem sou eu nesse exato momento sobre o mundo, penso no futuro e da medo. Pensar no futuro é realmente uma coisa torturante mais afinal o futuro não pertence a nós ele depende do nosso presente enfim como sita Maquiavel "Os fins justificam os meios" então pra que se preocupar com o futuro? Vivo o presente e nesse presente eu penso nela, na garota dos meus sonhos, no amor da minha vida... onde será que ela está agora? Será que ela pensa em mim? Será que ela sorri nesse momento? Ou chora? Será que ela está bem? Ahhhh! Como eu quero fazer essa garota feliz... nossa como eu quero realmente ser feliz com ela.
     Existem certas coisas na vida que não tem explicação, eu um pobre demônio preso na falta de sentido da vida, agoro encontro uma razão e essa razão é o amor... e isso também me mete medo, mudou-me completamente e agora não sei mais quem sou  e sabe que eu gostei disso e posso dizer que ela meche comigo e eu queria ter poderes pra arrancar toda dor da sua vida... sim a nossa vida é triste, ela merece ser feliz, eu a amo. A garota linda do olhar triste, uma certa magia que me deixa encantado, um sorriso arrebatador e um beijo que me tira do mundo e me leva aos céus. E se isso acabar um dia? Eu morro e viro um corpo vazio, sem alma, sem sentimento, sem vida como era todos esses anos antes de conhecê-la. Eu sinto muito medo de perde-la e me tornar como um saquinho e bolinhas de gude que quando aberto se esparrama por todo lado e algumas se perdem e eu me tornar um saquinho vazio, um conjunto incompleto, a volta ao nada da vida.

     O que eu mais queria agora era dar um abraço nela daqueles bem forte e proteje-la do mundo, hoje eu queria somente olhar pra ela e dizer " te procurei só pra saber se você tá bem?"... mais a distância é o maior inimigo mesmo ela estando aqui no meu coração e nesse quarto escuro e quente meus pensamentos me levam a delírios, a medos e me atormentam com pensamentos obscuros tão fortes que perco o sono e me vejo em um imenso nada de escuridão e saudades que faz doer o coração como se o espírito da morte estivesse perto de mim com seus calafrios e uma sensação estanha e ruim. Mais esses pensamentos são mesmo patéticos e eu preciso ter paciência, preciso manter a calma e preciso me sentir bem se ela está bem, ela existe, ela vive... e isso faz muita diferença em minha vida. E eu quero... mesmo que o mundo diga pra não querer, mesmo que os problemas são tão fortes a ponto de nos entristecer, mais eu quero e vou até o fim... até ela se cansar de mim e dizer não, até não restar esperanças. Por que nela eu encontrei o que faltava em mim, o meu motivo pra ser feliz.

Não solta da minha mão...



Tu és a unica canção que pode tocar milhões de vezes em meu ser e eu jamais cansarei de ouvir. Pois tu és agora a batida do meu coração, o som que floresce dentro de mim em cada estrofe, em cada melodia. Tu és o refrão que me contagia no fundo do peito, trazendo a maior magia, o mair sentimento, todo meu corpo treme quando te ouço. E nada mais está ao meu redor, só a nossa música "wake me up"... para sempre na minha cabeça, detalhando sensações que tenho ao te sentir, "uma questão de pele". Meu barulho preferido, nunca esquecido. O único que não enjoo, porque mesmo escutando todos os dias, em cada play é como se fosse a primeira vez, é como se o tempo não existisse, é como ser eterno.

Capítulo 13 " Agora teu mundo é meu mundo... tua vida é minha vida"

     Sabe quando conhecemos alguém e temos a certeza de que é com essa pessoa que queremos passar o resto de nossas vidas? Nunca pensei que você me deixaria desse jeito sem dormir direito... imaginei que fosse uma pessoa qualquer, passageira... mais você veio invadiu meu coração de uma maneira tão profunda que meu pensamento não tem espaço pra mais nada e agora meu mundo é teu mundo, e cresce cada dia em mim um sentimento maior, quero passar o resto da minha existência contigo, mesmo que esteja longe... mais está aqui dentro de mim.
     Me surpreendestes com essa capacidade de amar e agora eu pareço um adolescente bobo que pela primeira vez sentiu seu coração disparar e que pela primeira vez sentiu um tocar de lábios tão puro, tão angelical que é como se sentisse Deus ou estivesse no céu.
     O que realmente você fez comigo? acho que nem você sabe, mais afinal pra que questionar o que nos faz bem? Vai ser difícil pra mim passar dias e dias sem te ver, só que a certeza de que estais viva, acordando, nem que seja por um "sms" me faz feliz, sou feliz por ter te encontrado e percebido que talvez em ti encontrei a razão para minha vida... e a razão é você. Tuas mãos macias, tua pele clara, teus cabelos negros ao vento, olhos lindos me deixaram encantado... Não é somente simpatia me passa essa tua beleza e sim algo muito além que não se pode definir em simples palavras o que você por si só já se define... preciso do teu carinho, do teu abraço, da tua voz falando baixinho, preciso de ti... te envolver no meu abraço é como se o mundo ao redor deixasse de existir e só houvesse você a me endoidecer... preciso-te nos domingos de tédio com fones nos ouvidos ao som de uma banda qualquer... nas madrugadas noite a dentro e cada dia ficará marcado em nossas fotos, nossos corações em nossa memória. Enquanto muitos querem todas do mundo eu só quero você cada dia mais perto, aqui no meu coração guardadinha pra te carregar junto comigo todos os dias.

Notas do Subsolo – Dostoiévski Fim...

(...)


     Mesmo agora, quando já me passaram tantos anos, isso tudo me vem à memória de maneira excessivamente ruim. Tenho tido muitas lembranças ruins agora, mas... não será melhor terminar aqui estas notas? Parece-me que cometi um erro ao começar a escrevê-las. Pelo menos fiquei envergonhado durante todo o tempo que levei para escrever esta narrativa: consequentemente, isso já não é literatura, e sim um castigo correcional. Pois fazer longos relatos de com estraguei minha vida apodrecendo moralmente num canto, com as deficiências do ambiente, desabituando-me da vida e com meu ódio vaidoso do subsolo - por Deus que não é interessante. Um romance precisa de um herói, e aqui foram reunidos intencionalmente todos os traços para um anti-herói, e, o que é mais importante, tudo isso vai produzir uma impressão muito desagradável, porque nós todos nos desacostumamos da vida, uns mais, outros menos, e nos desacostumamos a ponto de sentir as vezes uma certa repugnância pela verdadeira "vida viva" , e por isso não podemos suportar que nos façam lembrar dela. Pois chegamos ao ponto de quase achar que a verdadeira "vida viva" é um trabalho, quase um emprego, e todos nós no íntimo pensamos que nos livros é melhor. E por que às vezes ficamos irrequietos, inventamos caprichos? E o que pedimos! Nós mesmos não sabemos. Nós mesmos nos sentiremos pior se nossos pedidos delirantes forem atendidos. Pois bem, façam uma experiência, deem-nos, por exemplo, mais independência, desamarrem as mãos de qualquer um de nós... eu lhes asseguro: nós imediatamente pediremos de volta a tutela. Sei que os senhores talvez fiquem bravos comigo, comecem a gritar e a bater os pés: "Fale somente sobre si mesmo e sobre suas misérias no subsolo, mas não ouse dizer todos nós". Permita-me, senhores, eu não estou me justificando quando digo todos. E no que me diz respeito, eu apenas levei as ultimas consequências na minha vida aquilo que os senhores não tiveram coragem de levar nem à metade, e ainda por cima acharam que sua covardia era bom-censo, consolando-se e agarrando a si próprios com isso. De modo que talvez eu seja mais "vivo" que os senhores. Olhem com mais atenção! Nós nem sabemos onde vive essa coisa viva, o que ela é, como chamá-la! Deixem-nos sós, sem livros, e imediatamente ficaremos confusos, perdidos - não saberemos quem nos unir, o que devemos apoiar; o que amar e o que odiar; o que respeitar e o que desprezar. Até mesmo nos é difícil ser gente - gente com seu próprio e verdadeiro corpo e sangue; sentimos vergonha disso, achamos que é um demérito e nos esforçamos para ser uma espécie inexistente de homens em geral. Somos natimortos, e há muito tempo nascemos não de pais vivos, e isso nos agrada cada vez mais. Estamos tomando gosto. Em breve vamos querer nascer da ideia, de algum modo. Mas basta, não quero mais escrever "do subsolo"...
     Entretanto, aqui não termina estas "notas" desse paradoxista. O autor não resistiu e prosseguiu com elas. Mas nós também pensamos que é possível terminar por aqui.

6 Notas do Subsolo – Dostoiévski




     Em algum lugar atrás do tabique um relógio começou a roncar, como se estivesse sendo fortemente exprimido ou asfixiado. Depois de uns roncos estranhamente prolongados surgiu-se um badalar finito, nojentinho, inesperadamente rápido: era como se alguém de repente tivesse dado um salto para frente. O relógio deu duas horas. Recobrei a consciência, embora não tivesse dormido, apenas permanecera deitado, em estado semiconsciente. O quarto estreito, apertado e de teto baixo, entulhado por um enorme guarda-roupa, caixas de papelão, roupas amontoadas e todo tipo de trastes do gênero, estava quase totalmente escuro. Sobre uma mesa, na outra extremidade do quarto, extinguia-se a chama de um toco de vela, emitindo de quando em quando uns lampejos fracos. Dali a alguns segundos a treva seria total. 
    Voltei a mim rapidamente: veio-me tudo à memória, sem esforço e de uma vez só, como se as lembranças estivessem de tocaia, esperando que eu acordasse para saltarem sobre mim de novo. E, mesmo no estado de sonolência, havia permanecido sempre um pontinho na memória que se recusava a esquecer, e ao seu redor giravam pesadamente meus sonhos. Mas era estranho: tudo o que me acontecera naquele dia parecia-me agora, depois de desperto, algo acontecido havia muito tempo, como se eu tivesse vivido aquilo num tempo muito anterior.
     Tinha a cabeça entorpecida. Parecia que alguma coisa pairava sobre mim, e essa coisa me roçava, excitava e incomodava. A angústia, e a raiva novamente começaram a ferver e buscavam saída. Subitamente vi ao meu lado dois olhos abertos que insistentemente me examinavam com curiosidade. Era um olha frio, indiferente, sombrio, como de uma pessoa totalmente estranha; passava uma impressão pesada.
     Um pensamento sombrio nasceu no meu cérebro e espalhou-se pelo meu corpo como uma sensação horrível, semelhante á que se sente quando se entra num porão úmido e bolorento. Era pouco natural que aqueles dois olhos resolvessem me examinar precisamente naquele instante. Também me dei conta de que no decorrer de duas horas eu não dissera uma palavra àquela criatura, e nem havia julgado isso necessário: ao contrário, por algum motivo isso me parecera até agradável. Mas agora, de repente, surgiu-me com clareza a ideia da depravação, absurda, repugnante com uma aranha, que, sem amor, brutal e despudoramente, começa diretamente por aquilo que deve criar  verdadeiro amor.  Olhamos um para o outro durante muito tempo, mas ela não baixava os olhos diante dos meus e não alterava seu olhar, de modo que, por fim, comecei a sentir um certo pavor.


Mr. Blues & Lady Jazz

Ele se sente morto. Não. Morto seria um estado. Mas ele não pertence. Não está e nunca esteve. Se esteve não tem lembrança, memória, consciência. Está nulo e sente que será nulo para sempre. Vivendo ao contrário, sentindo ao contrário, está avesso aos homens, rascunhando no verso da vida seu esforço maníaco de andar reto em linhas tortas. Já invocou os nomes de todos os demônios mas nem um se interessa pelo homem sem alma. Se o vento pode atravessar o seu corpo, poderia sentir como uma dádiva mas quando a luz atravessa o seu corpo é porque está irremediavelmente condenado a vagar pela terra desolada. Como se monta a cronologia de um homem? Entre as repetições infinitas e insensatas de nascimento e morte, alternância diária entre sofrimento consciente e morte induzida, constantes mortes em vida e heroicos renascimentos, como ordenar o verdadeiro início e fim? Rodas entrelaçadas girando em rotações diferentes, de diferentes raios e em diferentes direções, transferindo o peso e a velocidade do destino, qual é o instante fatal em que acontece a sutil e ao mesmo tempo crucial mudança na vida de um homem? Qual é o momento primeiro para o isolamento perpétuo? Solidão. Este é o mal, justificativa e manifestação primitiva da dor de termos nascido. 

O Curioso Caso Benjamin Button

Para as coisas importantes, nunca é tarde demais, ou no meu caso, muito cedo, para sermos quem queremos.Não há um limite de tempo, comece quando quiser. Você pode mudar ou não. 
Não há regras. Podemos fazer o melhor ou o pior.  Espero que você faça o melhor. Espero que veja as coisas que a assustam. Espero que sinta coisas
que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com diferentes opiniões. Espero que viva uma vida da qual se orgulhe. Se você achar que não tem, espero que tenha a força para começar novamente.