Somos um breve pulsar...

     Ao passo do nosso existir vamos aderindo as futilidades do nosso dia-a-dia e deixando de lado coisas simples mas que realmente importam.
     Podemos ler a maioria dos livros possíveis que não valem mais que um momento ou uma vivência.
     Estudar a matemática ou as estrelas trancado no quarto e até as mais belas constelações e até mesmo saber o nome de cada uma delas, porém isso de nada adianta se não for possível dedicar algum momento da noite para apreciar a sua beleza na imensidão do universo.
     Todos flutuamos no mesmo nada de onde viemos, onde deixamos nossos sonhos e conquistas caídos e permanecemos na desgraça egoísta e mesquinha de achar que sabemos mais que os outros e por isso somos melhores, que nosso gosto musical é melhor do que aqueles que não se atentão a beleza da arte. A vida é um desafio, um acaso, uma loucura, um teste de paciência, quanto mais se vive mais se aprende. 
     Somos grandes, somos pequenos deuses com tempo limitado de existência e esse, talvez seja o sentido, o tempo deixado, esquecido... os bons momentos da vida não seriam bem aproveitados e deixaríamos tudo para amanhã so por que todo o tempo do mundo é pouco, deixando de lado o saber e só dando lugar as coisas fúteis da vida.
     O mesmo jeito em que muitos procuram todos os dias por uma nova pessoa não sabem o que é se importar apenas com uma
e acordar ao seu lado todas as manhãs e descobrir que em essência podem ser um só, não em pensamento nem beleza física, mas somente se acreditar no valor da vida e da essência individual.




"Antigamente sim, eu me via frustrado por não saber o que me frustrava, mas com o tempo isso passa, a vida não é um mar de rosas, você precisa ser forte e nunca bote a culpa nos outros.Não diga, eu não consegui isso, eu não consegui aquilo porque ele, porque ela..Não..covardes botam a culpa nos outros, aceite a culpa, aceite o fato de não ser perfeito e que nunca será, e siga adiante tentando, porque do contrario, nunca chegara a lugar algum."

capítulo 8




     Sabe? quando bate aquele sentimento que não da para entender de onde veio, só sente-se um imenso mar de solidão ( mesmo quando se está cercado de pessoas por todos os lados) e a vida cai no terror da monotonia. Os dias são iguais, as semanas são iguais e ai não se vive mais, resta um corpo como um zumbi, morto-vivo ou máquina fazendo tudo repetidamente sem nada mudar. A mente se conforma e se torna mais alienada, o trabalho rouba o tempo, os estudos enlouquece a mente que outrora pensava que pensava e um imenso buraco no peito. 
     Os "amigos" somem ou só se importam com seus recados nas redes sociais e não estão nem ai para os motivos de sua falta de atenção. A vida se esvai e o conformismo toma conta. Aceitar essa condição de vida é fechar os olhos e deixar ser levado pela brisa do cotidiano repetitivo e cansativo.
    Não há mais sentimento, nem vontade, nem alegria e nem tristeza e sim a melancolia de acordar cedo, de chegar no horário de mandar a notícia de que ainda há vida no corpo inanimado  desanimado. 

   Não há mais sonhos pois não existem mais planos de se ver no futuro, não há mais amor por que o mesmo parece não existir mais no coração do miserável morto vivo, nem companhia, nem mesmo um bom livro, nem a filosofia. Tudo o que outrora era bom hoje é sem muita importância ou tanto faz. Não é fácil ver um turbilhão de sonhos a se desfazer, e pela janela a bomba nuclear explodir e um manto negro cobrir o que se poderia ter e tudo parece ser tão real agora.
   A noite vai chegar e não há por que sonhar, ao sorrir se esconde o sofrer e então guarde o que sobrou pois o amor jaz aqui.
   É assim que me sinto seguindo nesse furacão que eu sei -e só eu sei- que em breve vou desfalecer  mesmo assim ainda resta a esperança que me traga de volta a vida e arranque de mim esses pensamentos suicídas.

Quando Nietzsche Chorou)



"Jamais alguém fez algo totalmente para os outros. Todo amor é amor próprio. Pense naqueles que você ama: cave profundamente e verá que não ama à eles; ama as sensações agradáveis que esse amor produz em você! Você ama o desejo, não o desejado."

(Friedrich Nietzsche)